Eita! + 1 fim de ano e a galera entra em
crise fazendo balanço geral e pedidos para a Iemanjá trazer dinheiro e amor...
Dinheiro num ano de crise...? Amarelo vira pretinho básico na praia... Mas para
o amor, a crise tá pior... todo mundo passando por uma guerra silenciosa da
separação da ideia de amor como propriedade, e tendo que ver se disseminar no
mundo inteiro um amor que é mais igualitário, diversificado, e que entra em
guerra com a ideia de se anular em relacionamentos, por ser absorvido entre
regras, objetivos e desejos compartilhados, e pelo qual induz a acreditar que o
outro é nosso martírio, mesmo tendo claro que o `objetivo` é a única regra num
relacionamento de propriedade, e acaba indo para o outro extremo cruel e
incapaz de alcançar o amor, que é o egoísmo estéril. Sem dizer sobre a relação
de dinheiro e trabalho, em relação a essas culpabilidades... Mas como até os
mais céticos e agnósticos comemoram uma festa que não passa de uma crença de
números, coincidências e desejos para o próximo ano... sim, eu sei... vão me
falar do objetivo de visualizar o que planejaram no ano, fazer balanço do que conseguiram
bla bla bla... mas, ainda assim, esse plano ou planejamento para o próximo ano não
passa de uma ideia, e como tal muito próximo ao que se subjuga como místico...
e talvez menos estruturado do que se considera místico de verdade, portanto,
nesse contexto místico ou não místico entra no assunto. Contudo, até mesmo
soando misticismo, quero tocar um ponto sistemático do emocional... Sim... Ele
existe... Assim como a física quântica para alguns planejamentos... rs... mas
isso não é o ponto no momento... O fato é que existe muitas pessoas pedindo
nesse momento e se recusando a entender as exigências do que se pede... Vamos tentar
compreender:
Amor:
Nego, amor envolve 2 sistemas. Isso
se eu tiver falando do casal... A situação piora quando se percebe que o que se
mescla é muita mais que uma família... É uma fauna... e tão complexa como! Não
estou dizendo sobre paixão... porque amor envolve tempo e nem vou citar
Einstein para questionar essa relatividade? Mas cada um tem um tempo de reconhecimento...
e muitas vezes é muitoooooooo difícil entender ou enxergar o tempo alheio...
fazendo muitas lindas histórias não passar de paixão... O que não deixa de ser
válido, mas na hora de agradecermos a Iemanjá, colocamos na gaveta da merda do
ano... perda de tempo... Como assim? Como se paixão não fosse válida... Mas
ok... Olhando para cultura, respeitamos, apenas, o que se pode transformar em
propriedade... isso é certo e seguro, óbvio! Na história da nossa sociedade,
sim! É lógico... Mas vamos no cerne do que pedimos à Iemanjá... Pedimos um
grande amor... Capaz de nos mover e mudar tudo... Aí aparece, e a pessoa te
seduz a mudar tudo na sua vida... E o que você faz??? FICA PUTO!!! Como assim,
mal chegou e já quer sentar na janelinha? É... Além de a pessoa ser o amor da
sua vida ela tem que saber driblar suas regras... Um verdadeiro jogador! Que
amor é esse??? O pior é que quando falamos de amor, temos que falar em
compreensão... compreender o outro é, no fim, ama-lo... E nessa condição de
tentar entender, mesmo não sabendo como agir, buscamos e nos cobramos à achar
uma solução, porque ver quem amamos sofrer é mais doloroso que nós mesmos
sofrermos... pois é... isso é amar e é o exemplo mais claro de compaixão,
porque você se envolve naturalmente em problemas alheios... E sim, amor é
natural... pq até nossos erros se completam com os da outra pessoa, e fica
difícil ignorar nossas falhas ou desejos quando estamos diante de iguais, ou
pessoas que temos carinho, eu afirmaria que nos ligamos, verdadeiramente, pelas
nossas falhas... Porque o amor nos amplia pra onde não nos conhecemos, ainda...
No fim... o amor é pedir para sermos capazes de ir além do q acreditamos q
somos... e aceitarmos q ao perder, ganhamos! Você está pronto para perder sua
regra e ganhar possibilidades... Então seu pedido pra Iemanjá é amor, mesmo!
Mas no fim o que você está pedindo é que aja mudanças na sua vida...
Porque diante desse cenário é obvio que nada vai ficar como antes quando você
se encontrar com alguém que, realmente, faz as coisas terem mais sentidos ou
mais vida. Contudo, o que mais escuto e que amor é, apenas, a cereja do bolo,
tipo, batalhei muito agora estou bem e posso me dar ao luxo de amar... Aí tá
merda... Você trabalhou muito e agora é um sistemático do caramba, e não vai
aceitar, a não ser no truque ou na briga, que outra pessoa mude algo na sua
vida, a não ser que já entre metendo o pé na porta. Sendo, pedir amor, é pedir
por grandes mudanças, por enxergar nossas próprias vulnerabilidades, por nos
reencontrar em um cenário que muitas vezes assumimos papeis que não nos vemos.
É perceber coisas que estão em nós, que não queremos ver ou não podemos para
continuar seguindo objetivos. É deixar uma porta pra trabalhar emocional e
medos. Pedir por amor, é pedir por desafios novos, uma verdadeira aventura para
o seu EU.
Dinheiro:
Esse é a armadilha que ameaça a
liberdade, mas como pedir é fácil a gente pede e enche todos os lugares com
dourado e amarelo... afff... Seguinte, dinheiro, basicamente, é troca... Mas se
for pensar numa troca de 1 pra 1, ou formas simples, a fortuna que sonha vai
estar bemmmm longe. Pensa, se a cada vez que você prega um prego na parede você
tem em troca um valor, mesmo que você aumente as quantidades de prego, que tem
colocar naquela parede, no intuito de dobrar sua lucratividade, você,
obrigatoriamente, vai dobrar sua mão de obra, mesmo que coloque uma galera para
trabalhar para você e me diga que você está, apenas, supervisionando sua
lucratividade, ainda assim, você vai gastar seu tempo brincando de Big Brother
do seu dinheiro, que é uma geração de rotina e um sistema para se ter retorno.
Além disso, com tantos pregos uma hora vai faltar parede, e você vai cair na
responsabilidade de ter que caçar mais paredes ou criar a necessidade de
paredes nas pessoas, e essa ideia de gerar necessidades cria umas regras cruéis
na nossa cultura, mas não vem ao caso esse último, porque aí é um fator
cultural. O fato é que a fortuna sonhada não vem desse trabalho repetitivo,
senão todo trabalhador caxias seria rico, mas sim quando conseguimos com um
esforço gerar uma reação em cadeia, onde a troca vira automática por si só,
como se por causa de um bendito prego, as pessoas te dessem algo em troca, por
questões diferentes e em tempos diferentes, mas isso requer coragem ou
conhecimento e gera responsabilidade diferente da vigilância num processo
simples. Como por exemplo, você ser o único a assumir a bomba de falar: vai,
muda esse sistema por esse aqui, numa multinacional, sabendo que vai repercutir
nas filiais fora do país. Cara, uma merda e você tem que ser responsável o
suficiente para saber reverter, senão seu pescoço entra no jogo também. Ou como
o Papa, um pronunciamento que faça, gera uma reação em cadeia boa e ruim pelo
mundo todo, e além de você ter que assumir o balanço entre bom e ruim do seu
ato, você não pode entrar em crise com o que sua decisão gera de ruim, é dando
a cara para bater que você tem a possibilidade de ganhar, mas é segurando o
retorno que você começa mesmo a ganhar. Contudo, para gerar lucratividade você
tem que manter esse estado de vitória e mais uma vez gera rotina e sistema...
Cadê sua liberdade? Talvez dinheiro seja a coisa mais simples de pedir no ano
novo, porque é a mais difícil de manter entrando. E agora acho que fica claro
que quando estamos pedindo dinheiro no fim, estamos dando para o diabo nossa
liberdade rs... Mas se você gosta de rotina seja ela qual for, rotina de
viajar, rotina de trabalho, rotina de casa, você pedir dinheiro no ano novo é
viável. A única questão que me incomoda esse ano, para pedir dinheiro, é que tá
todo mundo pedindo e não tem tanto dinheiro assim no mundo ou as trocas entre
pessoas está completamente errada... e eu acredito mais na última hipótese! Mas
se você acredita que sim, tem dinheiro para todos os amarelinhos concentrados
na orla brasileira pulando ondinhas, sistematicamente, todo ano, ótimo! Ache o
que é importante para o outro e saia da sua rotina para criar outra, porque
esse sistema aqui tá em crise! Não tá rolando troca, só sistema, e cheio de
pontos de bloqueios para o seu dinheiro fluir até sua mão... Eu sugiro entender
onde estão esses bloqueios e gerar sistemas de saída por lá, mais saiba... Se
for pelo modo simples vai ser o bendito mamar nas tetas... mas alivia o risco
de perda da sua liberdade e aumenta sua dependência, se do dia pra noite acabar
aquilo ou tiver muitos com sua msm idéia, logo logo sua fonte se esgota, e se você
fizer um sistema do tipo em reação em cadeia, que mencionei mais acima, almejando
mais lucrativo você vai entrar em uma guerra, porque ninguém vai querer perder
sua vaquinha gorda para outro, e guerra requer manutenção. Sendo, pedir
por dinheiro para Iemanjá é pedir mais trocas e mais relações sistemáticas para
o seu ano, e isso pode colocar em risco sua liberdade, ou se não colocar, pode
fazer você se cansar de coisas que ama por ter repetir exaustivamente em nome
do lucro. Aí você chega no seu limite, faz um balanço e percebe que só
trabalhou, dinheiro que é bom nada, pois é, dinheiro é igual sexo, pode achar
em qualquer lugar, hoje em dia, até pelo celular, mas sexo bom depende de
afinidade e processos mais complexos e integrados e faz parecer tudo fluir
naturalmente.
Concluindo, quando você vai atrás de dinheiro você
vai atrás de dependência e necessidade de trocas sistemáticas. E se você vai
atrás de amor você abala rotinas e sistemas... Para ter dinheiro, você ameaça
sua liberdade com uma rotina de liberdade calculada, a tal política do pão e
circo ou entretenimento, como queira. Para se ter amor você ameaça seu senso de
estar certo e estabilidade, com intuito de descobrir limites maiores em você...
e todos os santos pra 2016! Um bom ano de negociação a todos!!!
Acho que agora fica mais claro entender os prós e contras com a negociação com Iemanjá